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Bolsonaro visita Muro das Lamentações ao lado de Netanyahu


Foi mais um sinal da proximidade entre os dois líderes; não é comum o primeiro-ministro israelense acompanhar chefes de Estado ao local sagrado do judaísmo.

No segundo dia da visita oficial a Israel, o presidente Jair Bolsonaro visitou um lugar sagrado do judaísmo ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Um gesto raro para chefes de Estado estrangeiros.

Antes de qualquer outro compromisso, o presidente Jair Bolsonaro condecorou os soldados que ajudaram nas buscas da tragédia de Brumadinho. Deu aos militares israelenses a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma honraria concedida pelo Brasil a heróis estrangeiros.

“O trabalho dos senhores foi excepcional. Fez com que os nossos laços de amizade de há muito se fortalecessem. Nós, brasileiros, nunca esqueceremos o apoio humanitário por parte de todos vocês”, disse o presidente.

Mostrando que não desistiu da promessa feita quando ainda era candidato, Bolsonaro sinalizou que a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém é uma questão de tempo:

“Tenho compromisso, mas meu mandato vai até 2022, tá ok, tá explicado? A gente tem que fazer as coisas devagar, com calma, sem problema, estou tendo contato com o público também de outras nações e o que eu quero é que seja respeitada a autonomia de Israel, obviamente”.

No domingo (31), Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, o que, de acordo com assessores, é uma representação de caráter diplomático. Segundo esses assessores, parte da embaixada brasileira em Israel.

“Se eu fosse hoje abrir negociações com Israel, botaria nossa embaixada onde? Seria em Jerusalém, tá certo? A gente não quer ofender ninguém, agora queremos que respeitem a nossa autonomia”, disse Bolsonaro.

No momento mais simbólico dessa viagem, o presidente Jair Bolsonaro foi pela primeira vez ao lado oriental de Jerusalém, a parte da cidade onde os palestinos pretendem um dia instalar sua capital. Para Israel, Jerusalém é dos judeus, única e indivisível. E são soldados e policiais israelenses que controlam o que acontece nos dois lados da cidade.

Guiado por um frei franciscano brasileiro, o presidente visitou a Basílica do Santo Sepulcro, na cidade velha de Jerusalém. Esteve no suposto local da crucificação e também no túmulo onde uma antiga tradição cristã afirma que Jesus foi enterrado antes da ressurreição.

Depois, Bolsonaro foi ao Muro das Lamentações, a parte que restou do templo sagrado dos judeus, destruído algumas décadas depois da crucificação de Jesus. Em mais um sinal da proximidade entre os dois líderes, Benjamin Netanyahu o acompanhou na visita.

Não é comum o primeiro-ministro israelense acompanhar chefes de Estado ao local. Por isso, o gesto, mais uma vez, foi interpretado pelos palestinos como um desrespeito a resoluções da ONU que determinam que o controle sobre o lugar, muito próximo de duas mesquitas sagradas para os muçulmanos, deve ser decidido em negociações envolvendo palestinos e israelenses.

Bolsonaro orou, e, seguindo a tradição judaica, deixou no muro uma mensagem com um pedido: “Que olhe pelo Brasil”.